domingo, 30 de maio de 2010

"A leitura é uma fonte inesgotável de prazer mas por incrível que pareça, a quase totalidade não sente esta sede."

 (Carlos Drummond de Andrade)

A julgar pelo movimento da Segunda Bienal do Livro de Minas, Drummond não estava completamente certo. O evento que aconteceu do dia 14 ao 23 deste mês reuniu visitantes de diferentes faixas etárias e interesses.

A criançada se divertiu durante a Bienal

O público infantil se fez muito presente na Bienal. Por todos os lados se via crianças folheando livros e ouvindo histórias. Ana Clara Braga de 09 anos, disse que ama ler, e que por isso foi ao evento. Ouça o depoimento da menina que entende de literatura "como gente grande".


A professora de Língua Portuguesa Maria das Dôres Ferreira, de 49 anos, por exemplo, "além da questão cultural",  esteve na Bienal para comprar livros para a escola onde trabalha, na cidade de Carmo do Cajuru, interior do estado. Segundo ela, o Governo do Minas disponibilizou uma verba de R$1.000,00 para a compra de livros para as escolas estaduais que fizessem o cadastro para a visita ao evento. No entanto, a Bienal só recebia alunos de BH ou da região metropolitana, e seus alunos não puderam fazer a visita.  Contudo, Maria das Dôres ficou como professora responsável por fazer a compra dos livros. "Comprei toda a coleção da Thalita Rebouças, a saga Crepúsculo e alguns livros de suspense, que são os que os alunos de Ensino Fundamental e Médio preferem ler, mas os livros estão muito caros. Já gastei quase todo o dinheiro", disse.  

A estudante de Jornalismo Cláudia Santos, de 37 anos também achou o preço dos livros salgado. Ela disse tem o hábito de comprar muitos livros e que os preços da Bienal estavam iguais aos da livraria. "Eu amo ler. Vivo em sebo, livraria e não estou vendo diferença nos preços. Não está compensando não", afirma indignada.

Célia Soares, de 49, discorda.  Para ela só é preciso pesquisar preços. "Tem estantes com promoções fantásticas. Uma pessoa que está comigo encontrou o mesmo livro por R$70,00 e por R$9,90. Qualquer um pode comprar e tem muito livro bom." Em algumas estantes haviam livros de até R$1,00 e livros infantis com CD's na faixa de R$3,00 a R$6,00.

 Leitura para todos: livros a preço de bala

A feira de livros serviu de palco para diversas atrações. Sofia Belém, de 10 anos, aproveitou a Bienal para lançar o seu primeiro livro. A garota disse que um dia acordou com vontade de escrever um livro e começou o projeto, que durou seis meses. Sofia escolheu a bienal para o lançamento porque acredita ser "um evento interessante que reúne vários livros" e que lá muitas pessoas iriam comprar o seu livro. Veja o que ela conta sobre a história cheia de imaginação que se chama "Uma viagem inesquecível".

  Sofia exibe sorridente sua primeira obra

Outras atrações diversas ocorreram na Feira do Livro. Um grupo teatral composto por uma atriz, dois músicos e um mímico apresentava um espetáculo chamado "Histórias de além mar" e atraía a atenção não só das crianças, mas também dos seus pais e de quem mais passasse pelo "Circo das letras". A Atriz Márcia Valéria, 47 anos, que quando criança participou do espetáculo "Os Saltimbancos" conta como é gratificante o seu trabalho. "Nos intervalos, as pessoas vem nos cumprimentar, dizendo que estão encantadas. As crianças nos abraçam. O povo mineiro é muito caloroso", diz.

Grupo teatral atraiu olhares de todos

Outra atração bastante interessante foi a contadora de histórias Sandra Bittencourt. Ela que também é coordenadora da estante "Conta Conta e Brinca", dedicada ao público infantil, contava histórias  juntamente com um músico e fazia adivinhas que envolviam a criançada. A Segunda Bienal do Livro de Minas trouxe a Belo Horizonte não só a cultura vinda dos meios impressos, mas também de toda forma de arte. Fiquem agora com a história "A princesa que tudo sabia, menos uma coisa",  contada por Sandra.

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