quarta-feira, 3 de março de 2010

Do armazenamento ao compartilhamento


Grande quantidade de informações, rápida difusão, largo alcance, agilidade de comunicação... Durante algum tempo esses foram os principais responsáveis pelo grande número de adeptos à Internet. Na chamada Web 1.0, apesar de já existirem os hiperlinks, os aplicativos eram fechados e o usuário não passava de espectador, ou seja, não podia alterar seu conteúdo. Era basicamente um espaço de leitura, não havia muita interatividade. Os elementos mais utilizados desse tipo de web eram os e-mails e os correios de mensagem instantâneas. Um exemplo de Web 1.0 é o site www.terra.com.br. Os vários temas nele disponíveis, como notícias diversas, vídeos e jogos podem ser acessados pelos usuários somente de forma linear, num fluxo unidirecional: a informação parte do site para o internauta, mas não retorna do internauta para o site.

Na Web 2.0, a busca dos usuários já não é mais principalmente pela rapidez e capacidade de armazenamento e sim pelo compartilhamento de informações e pela colaboração. Nela o internauta, que antes era um mero leitor, passa a ser também um colaborador que produz e altera conteúdos livremente. Essa abertura da web 2.0 é representada principalmente pelas redes sociais, fóruns de discussão e compartilhamento de arquivos e informações. Um típico produto da Web 2.0 é o www.wikipedia.org, uma enciclopédia online onde todo e qualquer usuário pode enviar a sua contribuição sobre qualquer assunto, o que aumenta a quantidade de informações disponíveis para pesquisa, embora também exista muita informação inútil. Essa liberdade de produção e de diálogo entre usuários proporciona uma elevação do nível de qualidade da Internet e aumenta a procura pelo serviço, como pode ser observado em uma pesquisa do IBGE (divulgada pela Folha Online de 11 de dezembro do ano passado) que aponta que entre 2005 e 2008 o número de usuários da Rede no Brasil cresceu 75,3%.

A chegada da Web 2.0 também trouxe consigo o conceito de Jornalismo 2.0. A produção de notícias online que, anteriormente, era realizada por um pequeno número de jornalistas gabaritados para um leitor distante, passou a ser feita com a colaboração desses leitores. Assim, uma notícia passou a ter não apenas um, mas vários autores que vão construindo as matérias em tempo real e relacionando-as com vários assuntos, o que acaba por tornar essas notícias menos perecíveis, ou seja, mais duradouras. Esse tipo de jornalismo possibilita uma interação com o leitor que não está distante, e sim é participante do processo. O www.overmundo.com.br é uma ilustração desse novo Jornalismo Digital. Neste endereço, o usuário encontra um blog, um banco de cultura e outros aplicativos com espaço para leitura, para qualquer tipo de produção própria e para compartilhar informações diversas.

Entretanto, essa liberdade proporcionada pela web 2.0 implica em uma “crise da credibilidade das informações”, principalmente quando se trata do Jornalismo Colaborativo. O desvínculo das fontes oficiais, a autoria coletiva e a liberdade absoluta de produção de conteúdo fazem com que muitas informações não verídicas sejam encontradas na Internet. Contudo, essa é uma questão que envolve não só a Rede, mas sim todo o discernimento ético que se deve ter diante de uma livre escolha.


Referências bibliográficas: http://marcogomes.com/blog/2005/sobre-a-web-20/
http://eduspaces.net/scarr/files/6472/14565/Web+2.0.doc
http://espig.blogspot.com/2007/10/web-20-mdulo-2-o-legado-da-web-10-e-as.html
http://www.blogger.com/goog_1267656550920
http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u665128.shtml

Um comentário:

  1. Oi, Luisa,
    gostei muito. Do blog e do post: texto leve, sem perder de vista a discussão. As referências ao final dão credibilidade à produção.
    Um abraço,

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